terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Fila de miseráveis vai ser zerada até março, diz Dilma


A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que até março o governo terá retirado da extrema miséria todas as pessoas que vivem nessa situação no país e que estejam cadastradas pelo governo. Ela, porém, disse ter ciência de que há mais famílias nessa situação que não fazem parte das contas da União.
"Tiramos, entre 2011 e 2012, mais de 19,5 milhões de pessoas da pobreza extrema. Faltam, pelas nossas contas, muito pouco, mas as nossas contas estão incompletas."
E emendou: "Até o mês de março nós vamos zerar o cadastro, não vai ter mais ninguém abaixo da pobreza extrema, mas aí (...) temos de ir atrás dos que faltam, porque sabemos que faltam."
Dilma visitou assentamento do MST em Arapongas (330 km de Curitiba).
O governo considera extremamente pobres famílias com renda mensal per capita de até R$ 70 --cerca de 600 mil famílias, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social.
Reportagem da Folha de domingo mostrou que 13 mil famílias deixaram o cadastro em que constavam como extremamente pobres depois que passaram a receber R$ 2 do programa Brasil Carinhoso. Somados ao que já recebiam do Bolsa Família, esses recursos são suficientes para elevar a renda per capita a mais de R$ 70.
O cadastro ao qual se refere a presidente é o Cadastro Único. Atualmente, conta com informações de cerca de 21 milhões de famílias.
Para receber o Bolsa Família, por exemplo, a família deve fazer parte desse cadastro, que é consolidado pelo governo federal, mas abastecido pelas prefeituras. Ou seja, se o município não se mexe para localizar e cadastrar famílias pobres, o governo, em Brasília, nem fica sabendo se elas existem.
Roberto Stuckert Filho/PR
Dilma posa para foto durante visita a feira rural em Cascaval, no Paraná
Dilma posa para foto durante visita a feira rural em Cascaval, no Paraná
No mês passado, Dilma disse que acabaria com a pobreza extrema até o "início de 2014". De acordo com o Desenvolvimento Social, em 2003, antes do lançamento do Bolsa Família, havia 36 milhões de miseráveis.
O programa do governo Lula (2003-2010) tirou 17 milhões dessa condição, segundo dados do governo. Com o programa Brasil Carinhoso, que complementa a renda até que cada pessoa tenha mais de R$ 70 por mês, 16,4 milhões de brasileiros deixaram a extrema pobreza.
Ontem, durante o lançamento de um programa de estímulo à industrialização da produção agrícola de assentamentos, Dilma disse que seu governo está "acelerando os passos" para reduzir a desigualdade social no país. Ela visitou o assentamento Dorcelina Folador para lançar programa que vai investir R$ 300 milhões em projetos de industrialização da produção agrícola em assentamentos. Ela disse que um de seus objetivos é "criar uma classe média no campo".

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